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Escrito por Júlia Rossetto
Tempo de Leitura: 25 minutos

Tudo o que você precisa saber sobre Glaucoma

Índice

O glaucoma é um grupo de doenças oculares no qual ocorre um dano no nervo óptico, nervo responsável pela visão. Muitas vezes, este dano está associado ao aumento da pressão do olho (pressão intraocular ou PIO).

Caso o glaucoma não seja tratado, o dano no nervo óptico aumenta progressivamente, podendo levar à perda visual e cegueira. O dano causado no nervo óptico é irreversível, ou seja, a visão perdida não pode ser recuperada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo, atrás apenas da catarata. Sendo uma doença silenciosa, seu diagnóstico depende do check-up anual com o oftalmologista!

O que causa o glaucoma? O glaucoma pode ser hereditário?

O tipo de glaucoma mais comum, o glaucoma primário de ângulo aberto, tem causa chamada de “multifatorial”, isto é, depende de uma série de fatores.

O fator de risco mais importante é o aumento da pressão ocular. A pressão ocular normal é de até 21 mmHg. Não existe uma relação direta entre a pressão arterial do corpo e a pressão ocular!

Quando a pressão ocular é maior que 21 mmHg, somada a outras características do exame oftalmológico, temos a suspeita de glaucoma. Mas atenção! Existem pessoas com glaucoma e pressão ocular normal.

Há também algum grau de hereditariedade. Portanto, ter parentes próximos com glaucoma é um fator de risco para o desenvolvimento de glaucoma.

Outros fatores de risco importantes são: raça/etnia negra, idade acima de 40 anos e hipermetropia (no glaucoma de ângulo fechado).

Ou seja, pessoas que têm parentes próximos com glaucoma e têm idade acima de 40 anos devem fazer exame oftalmológico completo, pois têm maior risco de ter glaucoma.

O que faz a pressão do olho subir?! Um pouco de anatomia:

A parte anterior do olho, que vai do cristalino à córnea, é chamada de segmento anterior do olho (para saber mais de anatomia ocular, clique aqui).

O segmento anterior do olho é dividido pela íris (o colorido do olho) entre câmara posterior e câmara anterior. Na câmara posterior, há uma estrutura chamada corpo ciliar, que produz o líquido que há dentro do olho, chamado de humor aquoso. Este humor aquoso passa da câmara posterior para a câmara anterior dando a volta na íris, através da pupila (a famosa menina dos olhos).

Na câmara anterior do olho, este líquido será drenado para fora do olho através de um “ralo”.  Este ralo é um conjunto de estruturas presentes no cantinho da câmara anterior, num local chamado ângulo, no encontro da periferia da íris com a córnea.

Logo, a pressão ocular é determinada pelo equilíbrio entre a produção do humor aquoso e a sua drenagem.

É muito importante que o ângulo da câmara anterior esteja aberto, para que o líquido do olho (humor aquoso) seja drenado (saia do olho) e a pressão do olho seja mantida normal. Mas atenção, a pressão pode estar alta mesmo com o ângulo aberto.

Qualquer obstrução neste caminho do humor aquoso – e existem várias causas e situações que causam esta obstrução – podem levar ao aumento da pressão ocular e ao glaucoma. Veja na figura abaixo a ilustração deste processo:

Desenho esquemático; Esquerda: representação de um olho normal, as setas mostram o fluxo normal do humor aquoso, a partir do corpo ciliar, na câmara posterior, passando pela pupila e sendo drenado através do ângulo da câmara anterior. Direita: representação de um ângulo fechado, o humor aquoso é impedido de passar para a câmara anterior e a íris encosta na córnea, fechando o ângulo da câmara anterior. Fonte: Jing T. Automatic detection of schwalbe’s line in the anterior chambre angle of the eye using HD-OCT images

O glaucoma é contagioso?

Não, o glaucoma não é contagioso!

O que é glaucoma congênito ou infantil?

O glaucoma congênito ou infantil, na maioria dos casos, está relacionado com o desenvolvimento anormal do sistema que drena o líquido do olho no ângulo, o que faz a pressão dos olhos subir. O glaucoma tem esta denominação quando está presente no nascimento ou nos primeiros anos de vida.

O que é glaucoma de ângulo aberto?

O glaucoma de ângulo aberto é o tipo de glaucoma mais comum. “Ângulo aberto” significa que o ângulo (o “ralo” do olho, vide a parte de anatomia acima) não apresenta qualquer obstrução visível. Não sabemos ainda exatamente por que existe esta resistência à drenagem do líquido que o olho produz e o consequente aumento da pressão ocular.

A definição de glaucoma de ângulo aberto é quando existe dano característico no nervo do olho e/ou alterações típicas no exame de campo visual em pacientes que têm o ângulo da câmara anterior aberto.

O que é glaucoma de ângulo fechado?

Já no glaucoma de ângulo fechado, existe uma sobreposição da periferia da íris sobre o ângulo, fechando o ralo. Desta forma, há dificuldade de drenagem do humor aquoso e consequente aumento da pressão ocular.

A definição de glaucoma de ângulo aberto é quando existe dano característico no nervo do olho e/ou alterações típicas no exame de campo visual em pacientes que têm o ângulo da câmara anterior fechado.

O que é glaucoma agudo?

O termo glaucoma agudo foi substituído pelo termo “fechamento angular primário agudo”, mas muitos médicos ainda usam o termo antigo.

O glaucoma agudo acontece quando um olho, que já tem algum nível de ângulo fechado, ou seja, já tem o local de drenagem estreitado, fecha o ralo por inteiro! Então, a pressão do olho sobe de forma muito rápida, indo a níveis muito altos.

Este aumento causa dor súbita e forte no olho afetado e na cabeça (cefaleia), comparável à dor do cálculo renal, além de visão turva, náuseas e vômitos. Geralmente ocorre em um dos olhos e exige tratamento urgente.

Quem tem diabetes pode ter glaucoma? O que é glaucoma neovascular?

Sim, quem tem diabetes tem mais risco de ter glaucoma. A doença da retina causada pela diabetes (retinopatia diabética – para saber mais clique aqui) está entre as principais causas do glaucoma neovascular. Outras causas incluem trombose venosa retiniana e tumores oculares.

O glaucoma neovascular ocorre quando há falta de suprimento sanguíneo (isquemia) no olho, que promove o desenvolvimento de vasos anormais na câmara anterior e na íris. Estes vasos acabam por se posicionar sobre o ângulo, obstruindo a drenagem do humor aquoso e eventualmente fechando o “ralo” por completo.

Este é um tipo de glaucoma que também pode levar à dor em casos muito avançados. Via de regra, nestes casos, a visão já era muito ruim como consequência da trombose venosa retiniana, retinopatia diabética etc., antes mesmo de o glaucoma aparecer.

Quais os sintomas do glaucoma? O glaucoma dói?

É comum os pacientes virem ao consultório com medo que qualquer dor ou olho vermelho seja glaucoma. Pois bem, o glaucoma não dói! Está aí o seu maior risco, é uma doença silenciosa.

  • “Mas você acabou de falar que glaucoma pode doer?!”

Sim, o glaucoma agudo é o que dói. Mas estes são casos de exceção e incomuns. A dor é de altíssima intensidade, incapacitante, não apenas olho vermelho ou desconforto ocular!

Os sintomas do glaucoma variam de acordo com a sua classificação.

No glaucoma infantil, os sintomas mais comuns são a sensibilidade à luz (fotofobia), o piscar excessivo dos olhos (blefaroespasmo), o lacrimejamento mesmo sem o choro e a modificação da cor dos olhos, que se tornam opacos.

Como dito, os glaucomas mais comuns não causam qualquer sintoma. O tipo mais comum é o primário de ângulo aberto, seguido do primário de ângulo fechado. Muitas vezes, o primeiro sintoma é a perda da visão, quando a doença já está avançada de forma irreversível.

Os sintomas na doença avançada são: perda do campo de visão, o que leva à dificuldade de caminhar, tropeços e esbarrões frequentes.

Em casos muito avançados, o campo de visão fica tão diminuído que o paciente tem o que chamamos de visão em túnel, quando existe visão central, mas nada de visão periférica. É como se ele estivesse olhando por um tubo de papel higiênico ou pelo buraco de uma fechadura.

Como evitar o glaucoma?

Como vimos, o ÚNICO jeito de evitar o glaucoma é através do exame oftalmológico de rotina!  Para detecção precoce e tratamento regular!

Para isso, é recomendável exame oftalmológico COMPLETO a partir dos 40 anos, pelo menos. Pessoas com familiares com glaucoma, negras e/ou com diabetes devem começar a avaliação mais precocemente.

O exame completo inclui também a medida da pressão ocular e o exame de fundo de olho. Uma vez identificados os fatores de risco, como aumento da pressão e/ou alterações no nervo óptico, exames adicionais serão solicitados para avaliar se já há dano glaucomatoso.

Este é um dos motivos pelos quais não devemos fazer óculos em ópticas, já que nestes locais não é realizada a medição da pressão ocular ou o exame de fundo de olho.

Aliás, o exame de fundo do olho é importante para inúmeras doenças oculares, além do glaucoma. A refração (medida do grau dos óculos) é apenas um dos passos do exame oftalmológico completo.

Qual a pressão normal do olho? Qual é a pressão ideal do olho?

Já vimos que a pressão normal do olho é abaixo de 21 mmHg. No entanto, este é apenas um valor de referência e a pressão ideal varia de pessoa para pessoa.

É possível que uma pessoa tenha pressão ocular normal e desenvolva glaucoma. Ou ainda, que a pressão ocular seja acima de 21 mmHg e não haja glaucoma. Na verdade, a pressão ideal para cada um é aquela que não causa danos ao nervo óptico.

O exame oftalmológico somado aos exames complementares como campo visual determinarão o ideal para cada paciente.

Como é a visão de quem tem glaucoma?

A visão de quem tem glaucoma varia de acordo com o tipo de glaucoma e com seu estágio. Uma pessoa com glaucoma de ângulo aberto inicialmente tem a visão normal, já aquela com glaucoma avançado pode ser completamente cega.

O sintoma mais comum, entretanto, é a perda do campo visual. Como a visão central pode ficar preservada até as fases mais avançadas, é comum o paciente demorar a perceber a perda da visão periférica. Porém, a perda do campo visual pode ser percebida por dificuldade para dirigir, ou por esbarrões e tropeços frequentes.

Qual exame detecta o glaucoma?

O diagnóstico do glaucoma muitas vezes não é feito no exame oftalmológico inicial, mas através da combinação com os exames de medida da pressão ocular, fundo de olho, campo visual, paquimetria (medida da espessura da córnea), retinografia (fotografia do nervo óptico e retina) e/ou tomografia de coerência óptica do nervo óptico.

Nos casos iniciais, pode ser necessário repetir os exames em 6 a 12 meses para conseguir definir o diagnóstico do glaucoma, pois é possível perceber a piora do quadro nos exames seriados.

Dizemos que o diagnóstico do glaucoma “é um filme e não uma foto”. Pois, algumas vezes, apenas o acompanhamento por anos pode definir se há doença ou não.

Como se mede a pressão dos olhos? Qual o nome do exame que mede a pressão dos olhos?

A TONOMETRIA é a medida da pressão intraocular. Ela pode ser realizada através do sopro, tonometria de rebote ou aplanação.

O melhor exame é pela técnica de aplanação, que é realizada com o paciente sentado na cadeira do oftalmologista, após a instilação de colírio anestésico e colírio de fluoresceína (corante laranja).

Para a medida, aproxima-se uma peça até o toque suave com a córnea, parte da frente do olho. O médico, então, gira um pino até determinar a pressão do olho.

O exame é breve, porém exige que o paciente fique bem encostado na lâmpada de fenda, parado e olhando para frente com os olhos bem abertos.

Medida da pressão ocular por aplanação na lâmpada de fenda

O que é escavação aumentada?

No glaucoma, o fundo de olho é importante para avaliar o nervo óptico. Existem várias alterações do nervo óptico relacionadas ao glaucoma, mas a mais importante é a escavação.

Todo nervo tem um “buraco” no meio. A este “buraco” damos o nome de escavação. Normalmente, a escavação fica entre 20 e 40% do tamanho total do nervo.

Começamos a desconfiar do glaucoma quando a escavação é acima deste valor, principalmente acima de 60% do nervo. Outras características do nervo óptico, além da escavação, também ajudam a afastar ou definir o diagnóstico de glaucoma.

Fonte: http://memorialoftalmo.com.br/especialidade-glaucoma.php

O que é o exame de campo visual? Como é feito o exame de campo visual?

O exame de campo visual (campimetria ou perimetria) avalia a função visual global da pessoa. Ele é o teste padrão-ouro para detectar o dano do glaucoma e para monitorar sua progressão.

Ou seja, ele determina se a pessoa tem alguma alteração em algum ponto da visão, mesmo que seja um ponto periférico e que ela não o perceba no dia a dia.

O exame é realizado sem dilatação da pupila, com o paciente sentado, apoiando o queixo e a testa em um suporte. Cada olho é testado individualmente.

A pessoa deve manter o olho fixo num ponto central e é orientada a apertar um botão todas as vezes que perceber um estímulo luminoso, em qualquer ponto do seu campo visual. Atenção: não se deve olhar para estes estímulos, apenas manter o olho fixo no ponto central.

O exame demora alguns minutos, então vá descansado e fique atento durante todo o exame, já que a precisão dos resultados depende da qualidade das suas respostas ao exame.

Paciente realizando o exame de campo visual.

O que é exame de tomografia de coerência óptica do nervo óptico? Para que ele serve no glaucoma? Como é feito o exame de tomografia de coerência óptica do nervo óptico?

A tomografia de coerência óptica (OCT) do nervo óptico é um exame que proporciona a avaliação da cabeça do nervo óptico e da camada de fibras nervosas da retina.

Ou seja, avalia as estruturas que são danificadas na presença do glaucoma. O aparelho é capaz de realizar várias medições, identificando alterações relacionadas ao glaucoma, mesmo antes delas serem perceptíveis no exame do campo visual. Como apresenta várias medições quantitativas (com números), ajuda muito no acompanhamento e monitoramento das alterações.

O exame não dói, é rápido e pode ser feito com ou sem a dilatação da pupila. O paciente fica sentado, apoia o queixo e a testa em um suporte e fica com o olhar fixo em uma luz fraca enquanto o exame é realizado.

Quando começa o glaucoma?

O diagnóstico de glaucoma fica estabelecido com certeza quando existe dano característico no nervo do olho e/ou alterações típicas no exame de campo visual.

Os danos típicos do nervo óptico são o aumento localizado da escavação (chamada de “notch”) ou aumento global da escavação, hemorragia de nervo óptico e defeito na camada de fibras nervosas (chamado de sinal de Hoyt).

As alterações típicas de glaucoma no campo visual são escotoma arqueado, degrau nasal e aumento da mancha cega.

Você pode ter glaucoma e não ficar cego?

Sim, uma pessoa com glaucoma que o mantém sob controle pode viver a vida inteira com a visão normal. Diagnóstico precoce é fundamental!

Quando o glaucoma pode cegar? Por que o glaucoma cega?

Sim, o glaucoma lentamente vai danificando o nervo óptico, até um ponto que ele deixa de funcionar. Lembrem-se que o nervo óptico é a estrutura que conecta o olho ao cérebro, portanto de altíssima importância para a visão.

Em quanto tempo o glaucoma leva à cegueira?

Não há como determinar quanto tempo o glaucoma leva para cegar uma pessoa, isso vai depender do tipo, da agressividade e estágio do glaucoma. O tempo pode ser de dias no glaucoma agudo e no glaucoma neovascular, ou muitos anos nos glaucomas crônicos, como o glaucoma primário de ângulo aberto.

Quem tem glaucoma pode tomar dipirona? Quais medicações quem tem glaucoma não pode tomar?

Não há nenhuma restrição do uso da dipirona por quem tem glaucoma, no entanto, deve-se evitar alguns medicamentos que podem aumentar a pressão dos olhos ou causar o fechamento do ângulo da câmara anterior, veja alguns abaixo:

– Corticoide: prednisona;

– Agentes adrenérgicos: fenilefrina, epinefrina (adrenalina), salbutamol;

– Agentes colinérgicos: pilocarpina;

– Anti-depressivos tricíclicos e tetracíclicos: amitriptilina, maprotilina;

– Derivados da sulfa: topiramato.

Como se trata o glaucoma? Como curar o glaucoma? Como evitar que o glaucoma avance?

O glaucoma não tem cura, mas pode ser tratado para que o dano à visão não avance. O tratamento pode ser com colírios ou com procedimentos ou cirurgias.

O tratamento inicial é feito com colírios que reduzem a pressão do olho (maleato de timolol, brimonidina, latanoprosta, etc). Podem ser associadas mais de uma medicação para obter o controle da pressão ocular.

Quando se deve operar o glaucoma?

Existem apenas 4 classes de colírios para o tratamento de glaucoma. Quando alguém usa estas 4 classes dizemos que está em terapia anti-glaucomatosa máxima. Se ainda assim, a pressão ocular não estiver controlada, devemos avançar para procedimentos ou cirurgias.

Existem ainda alternativas a laser que podem ser avaliadas pelo médico especialista, tais como iridotomia com Yag laser, iridoplastia a laser, trabeculoplastia seletiva a laser (SLT). Ou ainda cirurgias minimamente invasivas, como o implante de stents no ângulo, pequenos tubinhos que podem facilitar a drenagem do humor aquoso.

Quais os tipos diferentes de cirurgia de glaucoma?

As cirurgias de glaucoma incluem a trabeculotomia e goniotomia, usadas no glaucoma na infância, com o objetivo de remover a obstrução congênita do ângulo, ou “ralo” do olho.

Em casos infantis selecionados e nos glaucomas de adultos as técnicas cirúrgicas mais utilizadas são a trabeculectomia e o implante de drenagem. Estas cirurgias visam criar uma comunicação da câmara anterior (onde fica acumulado o humor aquoso) com o espaço subconjuntival (parte branca do olho) para aliviar a pressão ocular.

Fontes:

  1. III Consenso de Glaucoma Primário de Ângulo Aberto pela Sociedade Brasileira de Glaucoma
  2. II Consenso de Glaucoma Primário de Ângulo Fechado pela Sociedade Brasileira de Glaucoma
  3. Glaucoma Neovascular pela Sociedade Brasileira de Glaucoma
  4. Jing T. Automatic detection of schwalbe’s line in the anterior chambre angle of the eye using HD-OCT images
  5. Gouveia EB. Fármacos que induzem glaucoma agudo. Ver Bras Clin Med 2010

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