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Injeção intraocular: Tudo que você precisa saber!

Escrito por Luiz Roisman
Índice

A Oftalmologia é uma área da medicina que está em constante evolução. A injeção ocular, também conhecida como injeção intraocular ou injeção intravítrea é um dos grandes avanços da Oftalmologia que permite tratar diversas doenças que afetam a retina. Para entender melhor os termos usados, como mácula, vítreo e retina, acesse o blog sobre a anatomia do olho. Lá deixamos tudo explicado de forma simples!

Embora o termo injeção no olho possa parecer assustador, a aplicação causa apenas um desconforto leve e é um procedimento extremamente seguro. Veja todos os detalhes abaixo.

O que é injeção intravítrea?

É a aplicação de medicamentos dentro do olho para que tenham sua ação diretamente na retina, aumentando sua eficiência e diminuindo efeitos colaterais em outras partes do corpo. O medicamento é colocado no vítreo, material gelatinoso transparente que preenche o olho por dentro.

Pra que serve a injeção no olho? Quais medicamentos podem ser colocados dentro do olho?

A injeção leva a medicação ao local desejado, vítreo ou retina, para que ela exerça seu efeito. Há três principais tipos de medicações que podem ser injetadas: os antiangiogênicos (que agem nos vasos doentes da retina para reduzir o inchaço da retina), os corticoides (que reduzem a inflamação e podem também reduzir o inchaçoda retina) e os antibióticos (usados nas infecções intraoculares, chamadas de endoftalmite).

O que significa antiangiogênico ou anti-VEGF?

Os antiangiogênicos são bloqueadores do fator de crescimento vascular endotelial (do inglês, VEGF), também chamados de anti-VEGF. Sua ação inibe a formação e crescimento vascular anormal (neovascularização) da retina. Há no mercado, atualmente, 4 medicamentos anti-VEGFs:

– Avastim® (bevacizumabe)

– Lucentis ® (ranibizumabe)

– Eylea® (aflibercept)

– Vsiqq® (brolucizumabe)

Existe uma nova medicação que será lançada no mercado brasileiro em 2023, o Vabysmo® (Faricimabe). Está medicaçãoo já está em uso nos EUA e vem com boa expectativa ao nosso país.

E como saber qual é o medicamento mais indicado para o meu caso?

Para definir a medicação adequada para o seu caso, um oftalmologista especialista em retina precisa saber sua história clínica detalhada, fazer o exame oftalmológico com dilatação da pupila e realizar exames complementares. Entre os exames, o principal é a tomografia de coerência óptica (OCT). Depois disso, o retinólogo será capaz de saber a gravidade do seu caso, determinar qual tratamento é necessário e quais as possibilidades de recuperação da visão.

Quais doenças podem ser tratadas com injeção no olho?

Os antibióticos podem ser usados nas endoftalmites, infecções dentro do olho. As endoftalmites podem acontecer após cirurgias oculares, traumas e acidentes, ou mesmo infecções de outras partes do corpo que invadem o olho (endógenas). Os antiangiogênicos podem ser usados no tratamento de doenças da retina que apresentam inchaço na mácula (parte central da retina, responsável pelo foco da visão) ou a formação anormal de vasos. As doenças mais frequentemente associadas a tais quadros são a retinopatia diabética, o edema macular diabético, as tromboses de veias da retina e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI).

Já os anti-inflamatórios a base de corticoides podem ser usados comoalternativa ao anti-VEGF ou ainda para o tratamento de doenças inflamatórias, comoas uveítes. Um exemplo de medicamento disponível no mercado é o Ozurdex® (dexametasona).

Para saber com detalhes sobre cada doença acima, acesse os links abaixo:

Edema macular diabético: O edema de mácula diabético, ou seja, o inchaço da parte central da retina, É A PRINCIPAL CAUSA DE BAIXA DE VISÃO NOS DIABÉTICOS! 

Tratamento da retinopatia diabética

Degeneração macular relacionada à idade

Oclusões vasculares de retina

Como se preparar para a injeção no olho?

A aplicação da injeção não exige jejum, porém é ideal não fazer uma refeição pesada algumas horas antes da aplicação. É recomendável tomar banho ou fazer limpeza do rosto e cílios com shampoo neutro antes do procedimento. É recomendável levar óculos escuros e ir acompanhado, pelo menos nas primeiras aplicações.

Como é o dia da aplicação da injeção?

 paciente deve chegar com antecedência de pelo menos 30 minutos, preferencialmente acompanhado. Ele será levado para a sala de procedimentos, onde será deitado ou reclinado em uma maca e um colírio anestésico será aplicado no olho a ser tratado. Seu rosto será higienizado com produtos antissépticos específicos para a região ocular (para remoção de bactérias locais) e uma gota de colírio antisséptico será colocada no olho. Um aparelho é colocado delicadamente entre as pálpebras para manter o olho aberto. A medicação, então, será preparada em condições assépticas (livre de contaminação e utilizando materiais estéreis). Será solicitado ao paciente que olhe em determinada direção e a injeção será aplicada na parte branca do olho, com uma agulha fina, em um gesto delicado e indolor. Ocasionalmente os pacientes sentem uma pressão ou desconforto no olho. Um colírio antibiótico é aplicado no olho e aparelho é removido, permitindo que o olho se feche normalmente. O procedimento dura cerca de 15 minutos e o paciente vai para casa logo após a aplicação. Não há impedimento para trabalhar, uso de telas ou atividades domésticas após a aplicação, mas é recomendável evitar piscina ou mar nos 5 dias que seguem a injeção.

A aplicação dói?

Não! Apesar do nome “injeção ocular” assustar, o procedimento é realizado sob anestesia local (colírio) e costuma ser indolor. Pacientes reportam desconforto leve e sensação de pressão após a aplicação.

Quanto tempo dura o tratamento com a injeção?

Esta é a pergunta de 1 milhão de dólares! Na verdade não há tempo definido para o tratamento com as injeções. Inicialmente, as aplicações são feitas mensalmente (ou melhor, a cada 4 semanas). Após uma ciclo inicial, ou ciclo de carregamento, de 3 a 6 aplicações este intervalo pode ser mantido, aumentado ou ainda as injeções podem ser interrompidas. Isso vai variar de acordo com a análise do retinólogo. Eu sempre falo que a arte da injeção não está no procedimento em si, que é bem seguro e reprodutível, mas em saber qual é a melhor medicação para cada caso, quando trocar a medicação, quando interromper, aumentar ou reduzir o intervalo. O objetivo deve ser sempre conseguir o melhor resultado na redução do inchaço e na recuperação da visão com o menor número de injeções possível. Até porque infelizmente existem sim pacientes que não respondem bem ao tratamento e precisam de muitas injeções. Para garantir que seu oftalmologista tenha esta capacitação cheque se ele(a) é credenciado junto à Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. É a melhor forma de se certificar que o melhor tratamento possível está sendo empregado no seu caso!

Quais as vantagens do tratamento com injeção ocular?

As injeções oculares surgiram no início dos anos 2000 e foram uma das grandes revoluções da oftalmologia. Existem inúmeras vantagens do tratamento com injeção intravítrea e muitas doenças que não tinham tratamento e levavam à cegueira hoje são tratadas com as aplicações. Dentre as vantagens desta terapia se destacam a possibilidade de uso de uma concentração e volume menor de medicação e ainda assim ter grande efeito pela proximidade com o local de ação (retina e vítreo); ausência de efeitos colaterais sistêmicos, a facilidade e agilidade da aplicação e a sua segurança.

Minha visão fica embaçada depois da aplicação?

Sim, algumas vezes a visão pode ficar embaçada pelo aumento súbito da pressão do olho. Imagina que o olho não é elástico como uma bexiga, mas firme como uma bola de futebol cheia. Apesar de o volume injetado ser muito pequeno, entre 0,05 e 0,1 ml, é o suficiente para aumentar bastante a pressão ocular. Na grande maioria das vezes este embaçamento dura alguns poucos minutos e logo a pressão ocular se restabelece e a visão vai melhorando. No dia seguinte da injeção não é normal ter a visão embaçada, logo o médico deve ser avisado se isso acontecer. É normal também ver bolinhas na parte de baixo da visão. Isso acontece pela entrada de um pouco de ar que fica dentro da seringa. Estas bolinhas desaparecem em 2 ou 3 dias.

Quais cuidados eu devo ter depois da injeção no olho?

Alguns médicos podem prescrever colírios antibióticos por 3 a 5 dias, apesar de o uso desses colírios de forma profilática não ser obrigatório. É recomendável evitar banho de mar ou piscina nos 5 dias que seguem a aplicação. Deve-se ter cuidado também com o contato com animais neste mesmo período e lavar sempre as mãos antes da instilação dos colírios. Uso de telas como computador, TV e celular, trabalhar, arrumar a casa, cozinhar, lavar ou pintar os cabelos, banho e atividade física não há qualquer impedimento.

Quais efeitos colaterais da injeção? Quais complicações podem acontecer após a injeção? As complicações são frequentes?

A parte branca do olho parece ser bem branquinha, mas quando olhamos de perto tem vários vasinhos sanguíneos bem finos. Muitas vezes um vasinho deste sangra e pode sangrar bastante, deixando o olho todo vermelho pelo hematoma. Não há qualquer gravidade e o sangue tende a absorver completamente e espontaneamente em 7 a 14 dias, mas esteticamente pode ficar desconfortável. Como falamos anteriormente, a visão pode ficar embaçada após a aplicação. Além disso, é comum a sensação de areia nos olhos por 2 ou 3 dias após a injeção. Nada disso tem gravidade.

Entretanto, a complicação mais temida deste procedimento é a infecção. Como qualquer procedimento médico, as injeções não estão isentas de infecções. Felizmente, o procedimento é seguro e o risco é extremamente baixo, menos de 1 a cada 1000 injeções. Ainda assim vale a recomendação que se houver dor ou perda de visão do 2 o ao 5 o dia após a aplicação o médico deve ser contatado. Outras complicações mais raras ainda são a hemorragia dentro do olho, formação de catarata ou descolamento de retina.

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