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Faz mal a criança usar celular?

Escrito por Júlia Rossetto
Índice

Faz mal a criança usar celular?

Os bebês, as crianças e os adolescentes precisam de um ambiente saudável para garantir seu processo de amadurecimento cerebral e de desenvolvimento motor. 

Para criar este ambiente saudável, é preciso cumprir com necessidades básicas, como alimentação saudável, higiene e sono; mas também garantir experiências sensoriais que ampliarão o desenvolvimento da criança. 

Tais experiências incluem o tato, com carinho, colo e aconchego; a visão, através de estímulos visuais como cores, luzes diversas e movimentação de objetos; a audição, com diferentes sons; o olfato com os diferentes perfumes e cheiros da natureza. Estas vivências modelam a arquitetura e enriquecem as conexões cerebrais, propiciando o desenvolvimento de todo potencial da criança.

O olhar, a presença, a atenção e a interação com os pais e familiares é vital como fonte natural de estímulo e cuidado para as crianças e não devem jamais ser substituídos pelas telas e tecnologias. O desenvolvimento cerebral e mental é dinâmico e complexo, pois envolve também as emoções e as reações de medo ou causadoras de ansiedade e depressão relacionadas ao contexto familiar. Por isso, é fundamental não preencher vácuos afetivos pelo uso das mídias. 

É preciso ainda estar atento ao poder de atração e disseminação de conteúdos nas telas, através dos jogos e das redes sociais online e ter cuidado com o isolamento progressivo e consequente distanciamento do “mundo real”. As mídias podem preencher muitos espaços, desde ocupar o tempo ocioso, distrair, substituir a falta de atenção, o abandono afetivo por pais ocupados, estressados ou cansados demais para dar atenção aos seus filhos (ou por que mesmo eles não desgrudam de seus próprios celulares).

Quais os riscos do uso excessivo de eletrônicos pelas crianças e adolescentes na Era Digital?

  • Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
  • Transtornos de sono e transtornos mentais precoces em crianças e adolescentes;
  • Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade;

  • Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas;

  • Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão;

  • Problemas visuais, miopia, estrabismo e síndrome da visão do computador*;
  • Estresse e trauma acústico;
  • Transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia;

  • Transtornos da imagem corporal e da autoestima;

  • Sedentarismo e falta da prática de exercícios;
  • Bullying & cyberbullying;

  • Riscos de exposição a conteúdo inadequado de sexualidade, nudez, “sexting”, “sextorsão”, abuso sexual, estupro virtual;

  • Comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio;

  • Aumento da violência, abusos e fatalidades;

  • Transtornos posturais e músculo-esqueléticos.

Como o uso excessivo das telas interfere no desenvolvimento das crianças?

O desenvolvimento precoce da linguagem e das habilidades de comunicação são fundamentais para o desenvolvimento das capacidades cognitivas e sociais da criança. Bebês que ficam passivamente expostos às telas por períodos prolongados frequentemente apresentam atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem.

Como o uso excessivo dos eletrônicos pode atrapalhar o sono e a concentração das crianças?

O estabelecimento das rotinas do dia/vigília e da noite/sono é fundamental para a produção dos hormônios necessários para o crescimento harmonioso do corpo e da mente.

O brilho das telas contribui para o bloqueio da melatonina e leva a  dificuldade de manutenção de uma boa qualidade de sono, com aumento de pesadelos e terrores noturnos. Como consequência, há um aumento da sonolência diurna, problemas de memória e concentração durante o aprendizado, diminuição do rendimento escolar e a associação com sintomas dos transtornos do déficit de atenção e hiperatividade.

Como o uso excessivo dos jogos e mídias sociais podem causar problemas mentais e atrapalhar o relacionamento familiar?

O uso dos jogos ou redes sociais e suas gratificações por pontos ou “likes”, alimentam mecanismos de recompensa e da produção do neurotransmissor dopamina. Muitas vezes crianças e adolescentes que ainda não sabem identificar e lidar com sentimentos como tédio, estresse ou depressão, se voltam aos jogos e mídias sociais para aliviar estas sensações sem as identificar ou aprender a lidar com elas. Este hábito, no entanto, muitas vezes provoca mais ansiedade e angústia, criando um ciclo vicioso. O estresse ligado ao uso da tecnologia se torna ainda mais problemático, por levar à perda da empatia, à irritabilidade e agressividade, causar alterações do comportamento e prejudicar o relacionamento familiar e social.

Quais problemas visuais o uso excessivo de celular e outros eletrônicos pode causar?

O número de pessoas com miopia nos EUA e na Ásia aumentou drasticamente desde os anos 1970. Pesquisas sugerem uma ligação entre o aumento da miopia e crianças que passam mais tempo usando telas ou em ambientes fechados. Por outro lado, já existem evidências de que mais tempo gasto em brincadeiras e atividades ao ar livre na primeira infância pode retardar a progressão da miopia. 

Existem cada vez mais relatos do surgimento de estrabismo precipitado pelo uso excessivo de eletrônicos.

Quantas horas uma criança pode mexer no celular?

  • Crianças menores de 2 anos: evitar qualquer exposição às telas (exceto para chamadas de vídeo).
  • Crianças de 2 a 5 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1 hora/dia, sempre com supervisão. 
  • Crianças de 6 a 10 anos: limitar o tempo de telas ao máximo de 1-2 horas/dia, sempre com supervisão.
  • Adolescentes entre 11 e 18 anos: limitar o tempo de telas e jogos de videogames a 2-3 horas/dia e nunca deixar “virar a noite” jogando.
  • Não permitir que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos com televisão, computador, tablet, celular, smartphones ou com uso de webcam.
  • Estimular o uso nos locais comuns da casa.
  • Para todas as idades: não usar telas durante as refeições e parar o seu uso pelo menos 1 a 2 horas antes de dormir.
1. Evite deixar celular nas mãos de bebês ou mostrar telas antes dos 2 anos de idade.
2. Evite o uso de celular durante as refeições
3. Limite o tempo de uso de celular das crianças
4. Proponha brincadeiras divertidas no mundo real
5. Estabeleça regras saudáveis para o uso de eletrônico por todos da família
6. Proponha brincadeiras divertidas no mundo real

Como posso equilibrar o uso excessivo do celular?

É preciso incentivar atividades em ambientes externos, participação em festividades e o encontro com outras crianças. Promover brincadeiras sem o uso dos celulares. 

Como? É só pensar em todas as brincadeiras com as quais nós, nossos pais, avós e todos antes deles passaram toda a sua infância brincando.

Recomendações gerais:

– Criar um ambiente familiar que proteja a criança com:

  • Diálogo e respeito;

  • Regras claras de convivência;

  • Modelos saudáveis de identificação;

  • Atenção, cuidado e apoio;

  • Oportunidades e alternativas de desenvolvimento mais saudáveis;

  • Desenvolvimento de valores éticos.

– Supervisionar as atividades online exercidas por crianças e adolescentes.

– Oferecer atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza.

– Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar.

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