O primeiro exame de vista que deve ser feito em todo recém-nascido é o Teste do Reflexo Vermelho, também conhecido como Teste do Olhinho.
Qual a idade ideal para fazer o Teste do Olhinho?
O Teste do Olhinho deve ser feito nas primeiras 72 horas de vida ou antes da alta da maternidade. Além disso, é recomendado que o teste seja repetido pelo pediatra, pelo menos 3 vezes ao ano ao longo dos três primeiros anos de vida da criança.
Quem pode realizar o Teste do Olhinho?
O Teste do Olhinho é feito pelo pediatra, médico assistente do recém-nascido ou pelo oftalmologista.
O que é o Teste do Olhinho ou Teste do Reflexo Vermelho?
O Teste do Olhinho é um exame para avaliar o reflexo vermelho dos olhos. O reflexo vermelho está presente em todos olhos saudáveis. Ele pode ser visto todas as vezes que uma luz é jogada nos olhos, como por exemplo, nas fotografias com flash. A luz atravessa as camadas do olho até sua porção interna, a retina, que reflete de volta a luz vermelha. A retina fica no fundo olho e é responsável pela visão.
Como deve ser feito o Teste do Olhinho?
O Teste do Olhinho é um exame simples, rápido e indolor. Não é preciso pingar colírio nos olhos para o exame. Ele é feito iluminando os olhos do bebê ou da criança com um feixe de luz (uma espécie de lanterna chamada oftalmoscópio), que reflete na retina e permite que o examinador veja o reflexo vermelho. O exame dura poucos segundos e é bem tolerado pelas crianças de qualquer idade.
Quais as doenças detectadas pelo Teste do Olhinho?
O reflexo vermelho alterado sugere que algo impediu a luz de alcançar a retina. O Teste do Olhinho pode identificar alterações como a catarata, o glaucoma, opacidades da córnea (camada transparente da frente do olho) ou alterações extensas na retina que estejam presentes no momento do exame.
Geralmente, se estas alterações estão presentes ao nascimento, elas devem ser tratadas com urgência. Por isso, se o Teste do Olhinho não for realizado ou apresentar alguma alteração, o bebê deve ser encaminhado logo para um Oftalmologista.
Qual motivo das pupilas dos olhos ficarem brancas?
A pupila de um olho saudável é a bolinha preta no centro da porção colorida (íris). A pupila branca, também chamada de leucocoria, acontece quando há alguma alteração dentro do olho que modifica a coloração normal da pupila. Isto também pode ser percebido como ausência do reflexo vermelho, seja no Teste do Olhinho ou nas fotografias com flash.
Entre as causas da leucocoria estão a catarata, o retinoblastoma (tumor maligno que ocorre dentro do olho), a persistência da vasculatura fetal, a doença de Coats, a toxocaríase e a retinopatia da prematuridade.
Quando a cor dos olhos do bebê se definem? Como saber se o bebê tem olhos claros?
Para saber a cor dos olhos do bebê, o ideal é observá-los de perto em um ambiente com luz natural abundante. A cor dos olhos do bebê pode mudar no primeiro ano de vida, principalmente nos primeiros 6 meses. Olhos de cor cinza escura tem maior tendência a tornarem-se castanhos com o tempo.
Como enxerga um bebê em cada fase de seu desenvolvimento?
A visão se desenvolve desde o nascimento até cerca de 7 anos de idade. Neste período, a visão do bebê vai melhorando progressivamente até chegar à visão do adulto entre cerca de 3 a 5 anos.
No início o bebê vê embaçado, percebe melhor objetos próximos e de alto contraste (preto e branco) ou coloridos. Com o tempo, ele vai percebendo objetos cada vez mais distantes e com maior nitidez.
Um bebê de 1 mês começa a fixar os olhos nos objetos próximos e apresenta movimento dos olhos de um lado para o outro;
Um bebê de 2 meses começa a apresentar movimentos dos olhos também para cima e para baixo;
Um bebê de 3 meses fixa os olhos nos objetos e os acompanha para as diferentes direções;
Um bebê de 6 meses busca alcançar os objetos apresentados a ele e tem os olhos alinhados (sem estrabismo, ou desvio ocular);
Um bebê de 9 meses reconhece os rostos e as expressões.
Como posso saber se meu bebê não enxerga bem?
Você deve procurar um oftalmologista se seu bebê tiver qualquer dos comportamentos listados abaixo:
– Não faz contato visual nos primeiros 2 meses de vida, ou:
– Não apresenta sorriso social ou percepção das próprias mãos aos 3 meses, ou:
– Não pega brinquedos aos 6 meses, ou:
– Apresenta desvio ocular (olho torto, “vesgo”) após os 6 meses ou desvio constante (todo o tempo) mesmo antes dos 6 meses, ou;
– Não reconhece rostos e expressões aos 11 meses.
Qual idade devo levar meu filho ao oftalmologista?
Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBOP), realizadas em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), todas as crianças saudáveis, sem qualquer alteração perceptível nos olhos podem ser avaliadas por um oftalmologista entre 6 a 12 meses de idade e devem ser avaliadas entre 3 e 5 anos de idade (preferivelmente aos 3 anos de idade).
Devem ser vistas antes disso ou com exames mais frequentes, as crianças que apresentarem quaisquer características listadas abaixo:
– Se a mãe tiver tido doenças infecciosas transmissíveis durante a gestação (como toxoplasmose, sífilis, citomegalovírus ou vírus Zika), ou:
– Se a criança tiver sido prematura extrema (nascida antes de 32 semanas de gestação ou com menos de 1500g), ou:
– Se a criança tiver outros problemas de saúde associados a manifestações oculares, como distúrbios metabólicos, artrite idiopática juvenil ou síndrome de Down, ou:
– Se a criança tiver anormalidades oculares aparentes (por exemplo, teste do olhinho alterado, pálpebra caída, tremor nos olhos ou desvio dos olhos), ou:
– Se a criança tiver parentes próximos com doenças oculares na infância (como catarata, glaucoma ou retinoblastoma), ou:
– Se o bebê ou a criança tiver alterações aparentes dos olhos, por exemplo, teste do olhinho alterado, pálpebra caída, tremor nos olhos ou desvio dos olhos (estrábicos, “vesgo”), ou:
– Se a criança tiver comportamento que pareça que ela não enxerga bem.
Como são feitos os exames de vista no bebê e na criança?
Enquanto a criança não consegue se expressar, os exames feitos não dependem das informações dadas pela criança. O exame oftalmológico pode ser feito desde o nascimento e vai se adequando para cada fase do desenvolvimento visual durante a infância.
A visão, por exemplo, inicialmente é avaliada pelo comportamento de fixar e seguir os objetos, sempre avaliando um olho de cada vez. Depois ela passa a ser medida através de símbolos e desenhos, para então ser quantificada com números e letras.
É preciso dilatar a pupila para fazer o exame completo em qualquer idade. O exame após dilatação da pupila, que é feita com colírios aplicados nos olhos, é fundamental para a medida do grau dos óculos e exame de fundo de olho, ambos exames são imprescindíveis na avaliação de crianças de todas as idades.
Pode dilatar o olho do bebê? Faz mal dilatar a pupila?
Os bebês podem sim ter suas pupilas dilatadas e a dilatação não lhes faz mal. Os colírios e suas concentrações devem ser adequados para cada idade da criança.
Para que serve a dilatação das pupilas?
A dilatação é necessária para realizar um exame oftalmológico completo, ela aumenta o tamanho da pupila, possibilitando uma melhor visualização do fundo do olho, e relaxa a musculatura que faz o foco, permitindo a medida precisa do grau dos olhos (refração).
Quanto tempo dura a dilatação da pupila?
A duração da dilatação depende dos colírios utilizados e das características de cada paciente. Este período varia de 3 a 24 horas e o efeito dos colírios vai passando progressivamente. Desta forma, mesmo com a pupila ainda dilatada o foco pode já estar recuperado.
Pacientes com olhos claros tendem a dilatar mais rápido e permanecerem dilatados por mais tempo. Às vezes, as pupilas retornam ao tamanho normal em momentos diferentes, então a criança pode ficar com uma pupila maior do que a outra durante este processo.
O que o bebê e a criança sentem após dilatar a pupila?
No momento de pingar os colírios, eles sentem um ardor momentâneo, que pode ser mais tolerável com o uso de um colírio anestésico em conjunto. O efeito dos colírios se inicia poucos minutos após serem pingados e causam sensibilidade à luz (fotofobia) e embaçamento da visão, principalmente para os objetos próximos.
É comum as crianças esfregarem os olhos como que para melhorar o embaçamento e crianças menores podem ficar aborrecidas pela dificuldade de enxergar.
Todos estes efeitos vão passando progressivamente, sem deixar sequelas.
Efeitos adversos dos colírios são raros e incluem irritação ocular; efeitos mais graves são extremamente raros e incluem certa confusão, dificuldade de caminhar e convulsões.
Para que serve o exame de fundo de olho?
O exame de fundo de olho serve para avaliar a porção de dentro do olho. Ele permite avaliar a substância que preenche o olho (vítreo) e pode detectar processos infecciosos e inflamatórios nela. Permite avaliar a retina e o nervo óptico, que são as estruturas responsáveis por formar a imagem vista pela pessoa e levá-la ao cérebro para que seja processada.
O exame de fundo de olho pode detectar alterações graves como o retinoblastoma e o descolamento de retina.
Como é feito o exame de fundo de olho?
O exame de fundo de olho é feito após a dilatação das pupilas; o oftalmologista usa um capacete que emite uma luz e uma lente que permite focar esta luz nas estruturas internas do olho, como a retina e nervo óptico. O paciente sente certo desconforto com a luz e tem um ofuscamento momentâneo após o exame.
Quais as principais doenças dos olhos na infância?
As alterações mais comuns na infância são grau de óculos (ametropia, como a hipermetropia, astigmatismo ou miopia), olho preguiçoso (ambliopia), desvio ocular (também chamado de olho torto, vesgo, ou estrabismo), obstrução das vias lacrimais (que levam ao lacrimejamento constante) e pálpebra caída (ptose palpebral).
O que causa cegueira no bebê e na criança?
As causas de cegueira no bebê incluem catarata, glaucoma congênito, retinoblastoma, retinopatia da prematuridade, descolamento de retina e baixa visual por danos cerebrais (como na paralisia cerebral), entre outros.
O que posso ver no olho da criança que pode ser sinal de doença ocular?
Alguns dos sinais que podem sugerir uma alteração visual na infância são:
– Alterações no reflexo vermelho, que podem ser vistos pelos próprios pais através de fotos com flash;
– Pálpebra caída que chamamos de ptose palpebral;
– Não enxergar os pais ou objetos quando estiverem a uma distância um pouco maior
– Desvio ocular (estrabismo). Às vezes, o estrabismo não é tão evidente e apresenta sinais mais sutis como quando as crianças inclinam ou viram a cabeça ao olhar para um objeto de interesse ou ainda quando fecham um dos olhos para enxergar melhor;
– Lacrimejamento constante, quando os olhos ficam sempre cheios de água.