Atuando como especialista em Retina e uveítes desde 2010, atinge a meta de ter seu próprio consultório em 2014, para atendimento privado em Ipanema, zona sul do Rio de Janeiro.
Sou oftalmologista especialista em retina e pesquisador na área. Atuo há mais de 10 anos com atendimentos clínico e cirúrgico de retina.
Fellowship realizado como parte do projeto de doutorado sanduíche, com duração de 14 meses, sob a tutela do Prof Dr Philip Rosenfeld, um dos mais importantes retinólogos do mundo e líder em pesquisa sobre Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI), estudo de imagens em retina e injeções intra-oculares. O prestigioso Bascom Palmer Eye Institute é reconhecido como melhor centro de Oftalmologia dos EUA desde 2002.
O Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), onde fiz minha formação oftalmológica desde a residência até o Pós Doutorado é considerado o epicentro da oftalmologia nacional, além de ser uma das mais importantes referências de pesquisa e pós graduação em Oftalmologia e Ciências Visuais da América Latina, com grande reconhecimento internacional.
O Bascom Palmer Eye Institute é considerado o melhor centro de Oftalmologia dos Estados Unidos, desde 2002.
A Oftalmologia é uma área da medicina que está em constante evolução. A injeção ocular, também conhecida como injeção intraocular ou injeção intravítrea, é um dos grandes avanços da Oftalmologia que permite tratar diversas doenças que afetam a retina. Para entender melhor os termos usados, como mácula, vítreo e retina, acesse o blog sobre a anatomia do olho (https://clinicaroisman.com.br/2021/04/19/anatomia-do-olho/). Lá deixamos tudo explicado de forma simples!
Embora o termo injeção no olho possa parecer assustador, a aplicação causa apenas um desconforto leve e é um procedimento extremamente seguro. Veja todos os detalhes abaixo.
É a aplicação de medicamentos dentro do olho para que tenham sua ação diretamente na retina, aumentando sua eficiência e diminuindo efeitos colaterais em outras partes do corpo. O medicamento é colocado no vítreo, material gelatinoso transparente que preenche o olho por dentro.
A injeção leva a medicação ao local desejado, vítreo ou retina, para que ela exerça sua função.
Há três principais tipos de medicações que podem ser injetadas:
– Os antiangiogênicos (que agem nos vasos doentes da retina para reduzir o inchaço da retina);
– Os corticoides (que reduzem a inflamação e podem também reduzir o inchaço da retina);
– Os antibióticos (usados nas infecções intraoculares, chamadas de endoftalmite).
Os antiangiogênicos são bloqueadores do fator de crescimento vascular endotelial (do inglês, VEGF), também chamados de anti-VEGF. Sua ação inibe a formação e crescimento vascular anormal (neovascularização) da retina. Há no mercado, atualmente, 4 medicamentos anti-VEGFs:
Existe uma nova medicação que será lançada no mercado brasileiro em 2023, o Vabysmo® (Faricimabe). Esta medicação já está em uso nos EUA e vem com boa expectativa ao nosso país.
Para definir a medicação adequada para o seu caso, um oftalmologista especialista em retina precisa saber sua história clínica detalhada, fazer o exame oftalmológico com dilatação da pupila e realizar exames complementares.
Entre os exames, o principal é a tomografia de coerência óptica (OCT). Depois disso, o retinólogo será capaz de saber a gravidade do seu caso, determinar qual tratamento é necessário e quais as possibilidades de recuperação da visão.
Os antibióticos podem ser usados nas endoftalmites, infecções dentro do olho. As endoftalmites podem acontecer após cirurgias oculares, traumas e acidentes, ou mesmo infecções de outras partes do corpo que invadem o olho (endógenas).
Os antiangiogênicos podem ser usados no tratamento de doenças da retina que apresentam inchaço na mácula (parte central da retina, responsável pelo foco da visão) ou a formação anormal de vasos. As doenças mais frequentemente associadas a tais quadros são a retinopatia diabética, o edema macular diabético, as tromboses de veias da retina e a degeneração macular relacionada à idade (DMRI).
Já os anti-inflamatórios a base de corticoides podem ser usados como alternativa ao anti-VEGF ou ainda para o tratamento de doenças inflamatórias, como as uveítes. Um exemplo de medicamento disponível no mercado é o Ozurdex® (dexametasona).
Para saber com detalhes sobre cada doença acima, acesse os links abaixo:
Edema macular diabético: O edema de mácula diabético, ou seja, o inchaço da parte central da retina, É A PRINCIPAL CAUSA DE BAIXA DE VISÃO NOS DIABÉTICOS!
(https://clinicaroisman.com.br/2021/11/12/o-que-e-retinopatia-diabetica/)
Tratamento da retinopatia diabética (https://clinicaroisman.com.br/2022/01/06/retinopatia-diabetica-tudo-o-que-voce-precisa-saber/)
Degeneração macular relacionada à idade (https://clinicaroisman.com.br/2020/10/26/o-que-e-degeneracao-macular-relacionada-a-idade/)
Oclusões vasculares de retina (https://clinicaroisman.com.br/especialidades/retina-clinica-e-cirurgica/oclusoes-vasculares-da-retina/)
A aplicação da injeção não exige jejum, porém é ideal não fazer refeições pesadas antes da aplicação.
É recomendável tomar banho ou fazer limpeza do rosto e cílios com shampoo neutro antes do procedimento.
É recomendável levar óculos escuros e ir acompanhado, pelo menos nas primeiras aplicações.
O paciente deve chegar com antecedência de pelo menos 30 minutos, preferencialmente acompanhado. Ele será levado para a sala de procedimentos, onde será deitado ou reclinado em uma maca e um colírio anestésico será aplicado no olho a ser tratado. Seu rosto será higienizado com produtos antissépticos específicos para a região ocular (para remoção de bactérias locais) e uma gota de colírio antisséptico será colocada no olho. Um aparelho é colocado delicadamente entre as pálpebras para manter o olho aberto. A medicação, então, será preparada em condições assépticas (livre de contaminação e utilizando materiais estéreis). Será solicitado ao paciente que olhe em determinada direção e a injeção será aplicada na parte branca do olho, com uma agulha fina, em um gesto delicado e indolor. Ocasionalmente os pacientes sentem uma pressão ou desconforto no olho.
Um colírio antibiótico é aplicado no olho e o aparelho é removido, permitindo que o olho se feche normalmente.
O procedimento dura cerca de 15 minutos e o paciente vai para casa logo após a aplicação.
Não há impedimento para trabalhar, usar telas ou realizar atividades domésticas após a aplicação, mas é recomendável evitar piscina ou mar nos 5 dias que seguem a injeção.
Não! Apesar do nome “injeção ocular” assustar, o procedimento é realizado sob anestesia local (colírio) e costuma ser indolor. Pacientes reportam desconforto leve e sensação de pressão após a aplicação.
Esta é a pergunta de 1 milhão de dólares! Na verdade, não há tempo definido para o tratamento com as injeções.
Inicialmente, as aplicações são feitas mensalmente (ou melhor, a cada 4 semanas). Após um ciclo inicial, ou ciclo de carregamento, de 3 a 6 aplicações este intervalo pode ser mantido, aumentado ou ainda as injeções podem ser interrompidas. Isso vai variar de acordo com a análise do retinólogo.
Eu sempre falo que a arte da injeção não está no procedimento em si, que é bem seguro e reprodutível, mas em saber qual é a melhor medicação para cada caso, quando trocar a medicação, quando interromper, aumentar ou reduzir o intervalo. O objetivo deve ser sempre conseguir o melhor resultado na redução do inchaço e na recuperação da visão com o menor número de injeções possível.
Até porque infelizmente existem pacientes que não respondem bem ao tratamento e precisam de muitas injeções. Para garantir que seu oftalmologista tenha esta capacitação, verifique se ele(a) é credenciado junto à Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
É a melhor forma de se certificar que o melhor tratamento possível está sendo empregado no seu caso!
As injeções oculares surgiram no início dos anos 2000 e foram uma das grandes revoluções da oftalmologia. Existem inúmeras vantagens do tratamento com injeção intravítrea e muitas doenças que não tinham tratamento e levavam à cegueira hoje são tratadas com as aplicações.
Dentre as vantagens desta terapia se destacam a possibilidade de uso de uma concentração e volume menor de medicação e ainda assim ter grande efeito pela proximidade com o local de ação (retina e vítreo); ausência de efeitos colaterais sistêmicos, a facilidade e agilidade da aplicação e a sua segurança.
Sim, algumas vezes a visão pode ficar embaçada pelo aumento súbito da pressão do olho. Imagina que o olho não é elástico como uma bexiga, mas firme como uma bola de futebol cheia. Apesar de o volume injetado ser muito pequeno, entre 0,05 e 0,1 ml, é o suficiente para aumentar bastante a pressão ocular.
Na grande maioria das vezes este embaçamento dura poucos minutos e logo a pressão ocular se restabelece e a visão vai melhorando. No dia seguinte da injeção não é normal ter a visão embaçada, logo o médico deve ser avisado se isso acontecer.
É normal também ver bolinhas na parte de baixo da visão. Isso acontece pela entrada de um pouco de ar que fica dentro da seringa. Estas bolinhas desaparecem em 2 ou 3 dias.
Alguns médicos podem prescrever colírios antibióticos por 3 a 5 dias, apesar de o uso desses colírios, de forma profilática, não ser obrigatório.
É recomendável evitar banho de mar ou piscina nos 5 dias que seguem a aplicação. Deve-se ter cuidado também com o contato com animais neste mesmo período e lavar sempre as mãos antes da instilação dos colírios.
Uso de telas como computador, TV e celular, trabalhar, arrumar a casa, cozinhar, lavar ou pintar os cabelos, banhos e atividades físicas não há qualquer impedimento.
A parte branca do olho parece ser bem branquinha, mas quando olhamos de perto tem vários vasinhos sanguíneos bem finos. Muitas vezes um vasinho deste estoura e pode sangrar bastante, deixando o olho todo vermelho e com hematoma. Não há qualquer gravidade e o sangue tende a absorver completamente e espontaneamente em 7 a 14 dias, mas esteticamente pode ficar desconfortável.
Como falamos anteriormente, a visão pode ficar embaçada após a aplicação. Além disso, é comum a sensação de areia nos olhos por 2 ou 3 dias após a injeção. Nada disso tem gravidade.
Entretanto, a complicação mais temida deste procedimento é a infecção. Como qualquer procedimento médico, as injeções não estão isentas de infecções. Felizmente, o procedimento é seguro e o risco é extremamente baixo, menos de 1 a cada 1000 injeções. Ainda assim vale a recomendação que se houver dor ou perda de visão do 2o ao 5o dia após a aplicação o médico deve ser contatado. Outras complicações mais raras ainda são a hemorragia dentro do olho, formação de catarata ou descolamento de retina.